Vasco x Mirassol: duelos de sobrevivência e protagonismo na 37ª rodada do Brasileirão

Na noite desta terça-feira, 2 de dezembro de 2025, o Vasco da Gama recebe o Mirassol no Estádio São Januário, em plena zona norte do Rio de Janeiro, com tudo em jogo. Um jogo que não é só mais uma rodada do Campeonato Brasileiro — é um embate entre duas realidades opostas: o Vasco, que luta pela sobrevivência, e o Mirassol, que busca o protagonismo absoluto. A bola rola às 19h (horário de Brasília), e a transmissão ao vivo fica por conta do SporTV e do Premiere, enquanto o árbitro Paulo Cesar Zanovelli da Silva, de Minas Gerais, apita com a ajuda dos assistentes Guilherme Dias Camilo e Leone Carvalho Rocha.

Pressão no São Januário: o Vasco precisa vencer para sonhar

O Vasco da Gama chegou a esta rodada com o peso de cinco derrotas consecutivas no Brasileirão. O clima era de desesperança. Mas tudo mudou na última sexta-feira, quando a equipe venceu o Sport Club Internacional por 5 a 1, em jogo emocionante no próprio São Januário. Foi o primeiro triunfo em sete jogos. E o gol de ordem do técnico — ainda sem nome oficial divulgado — foi confiar em veteranos. Philippe Coutinho, aos 33 anos, foi o cérebro da jogada. Rayan, de 22, disse após o jogo: "A gente precisava desse resultado". E ele não estava só. A torcida, que lotou o estádio, sentiu que algo estava mudando.

Agora, o Vasco ocupa a 11ª posição, com 48 pontos. Faltam apenas três rodadas. Para chegar ao G-8 — e garantir vaga na Copa Libertadores da América de 2026 — precisa de, no mínimo, seis pontos. Ou seja: precisa vencer contra o Mirassol, e depois vencer também na rodada final, contra um adversário ainda desconhecido. Não é impossível. Mas é difícil. Muito difícil.

Mirassol: a nova potência que quer evitar a fase preliminar

Enquanto o Vasco tenta se salvar, o Mirassol já está na Copa Libertadores. Sim, o clube paulista, fundado em 1925, garantiu sua vaga na competição continental com 63 pontos — 15 a mais que o Vasco. Mas aqui está o detalhe que poucos notam: o Mirassol ainda não está na fase de grupos. Está na porta. Precisa de apenas mais dois pontos para garantir classificação direta — sem passar pela fase de eliminatórias, que é um risco. Um jogo contra o Vasco, em casa, é o cenário ideal para fechar isso. O técnico Fernando Diniz, nascido em Rio das Ostras, não quer apenas estar na Libertadores. Ele quer ser protagonista.

Diniz foi derrotado no último sábado, por 2 a 0, contra o Vitória, em Salvador. Mas não foi uma derrota que abalou a equipe. Foi uma lição. O Mirassol tem a defesa mais sólida da Série A entre os times fora do G-4. E o ataque, com jogadores como o colombiano Andrés Gómez, é eficiente. Eles não precisam de gols extravagantes. Precisam de disciplina. E de um ponto.

Escalções prováveis: experiência contra juventude

A provável escalação do Vasco traz uma mistura rara: veteranos com experiência internacional e jovens que precisam provar valor. Léo Jardim no gol, Paulo Henrique e Lucas Piton nas laterais, e a dupla de zaga Carlos Cuesta e Robert Renan. No meio, Barros e Thiago Mendes — um parceiro de longa data — seguram o jogo. Por trás de Coutinho, que atua como meia-atacante, estão os pontas Nuno Moreira e Rayan. E na frente, Andrés Gómez, o goleador colombiano que já marcou sete gols no campeonato.

O Mirassol deve manter o esquema de quatro zagueiros e dois volantes, com João Pedro e Lucas Silva no centro do campo, e Matheus Vargas como referência ofensiva. A equipe não tem estrelas globais, mas tem coesão. E isso, contra times com pressão, pode ser mortal.

Estádio São Januário: o palco de histórias e emoções

O Estádio São Januário não é só um estádio. É um templo. Inaugurado em 25 de abril de 1927, tem capacidade para 21.880 pessoas. É onde o Vasco nasceu, cresceu e sofreu. O gramado está em ótimo estado, o clima no Rio de Janeiro está ameno — perfeito para um jogo de alta intensidade. A torcida do Vasco promete encher as arquibancadas. A de Mirassol, mesmo sendo pequena, vai fazer barulho. E a mídia? Ainda mais. Porque este jogo pode mudar o rumo da temporada.

O que está em jogo além da tabela

Este confronto é um espelho do Brasileirão 2025: uma competição onde clubes históricos lutam para não desaparecer, e novos nomes se erguem como ameaça. O Vasco, com 127 anos de história, tem o peso de ser o quarto maior clube do Brasil. O Mirassol, com 100 anos, é o clube que, há cinco anos, jogava na Série C. Agora, está na Libertadores. É a prova de que o futebol brasileiro não é só de grandes clubes — é de sonhos.

Se o Vasco vencer, a pressão sobre os times da zona de rebaixamento aumenta. Se o Mirassol vencer, a classificação direta à Libertadores vira realidade. E se empatar? Aí, o Vasco entra em crise profunda. O Mirassol, por outro lado, ainda tem uma rodada para respirar. Mas o empate, neste cenário, é uma derrota para o Vasco.

O que vem depois

A última rodada do Brasileirão 2025 será em 7 de dezembro. O Vasco enfrenta o time que estiver na 14ª posição. O Mirassol joga contra o 18º colocado — provavelmente um time já rebaixado. Mas o resultado de hoje pode decidir tudo. Se o Vasco vencer, o clube entra na briga direta com o Atlético-MG, o Palmeiras e o Fluminense. Se perder? A temporada pode terminar com o clube fora da Libertadores pela terceira vez em quatro anos. E isso, para uma torcida que já viu o time ser campeão mundial em 1998, é inaceitável.