Terremoto de 7,5 na Passagem de Drake deixa alerta de tsunami no Chile

Terremoto de 7,5 na Passagem de Drake deixa alerta de tsunami no Chile

Um terremoto de magnitude 7,5 sacudiu a Passagem de Drake na quinta‑feira, 21 de agosto de 2025. O sismo foi detectado inicialmente pelo USGS, que primeiro registrou magnitude 8,0 antes de ajustar para 7,5. A profundidade ficou entre 10 e 11 km, o que fez especialistas concluírem que, apesar da força, o risco direto à população foi reduzido.

Localização e geologia da Passagem de Drake

A região entre o Cabo Horn e a Península Antártica é famosa por ventos violentos, ondas gigantes e placas tectônicas em constante atrito. A Passagem de Drake fica a mais de 700 km a sudeste da cidade argentina de Ushuaia, a capital mais meridional do mundo, que conta com cerca de 57 mil habitantes. Esse isolamento geográfico faz da área um ponto de interesse para a comunidade sísmica, pois pequenos deslocamentos podem gerar ondas de energia impressionantes.

Revisões de magnitude e profundidade

Logo após o evento, diferentes centros de monitoramento divulgaram números ligeiramente divergentes. Enquanto o GFZ da Alemanha anunciou magnitude 7,1, o USGS revisou sua estimativa para 7,5. A variação decorre dos métodos de cálculo – alguns algoritmos ponderam a energia de ondas de superfície, enquanto outros dão mais peso às ondas de corpo. A profundidade, medida em 10 km pelo serviço norte‑americano e em 11 km por outras agências, indica um rompimento bastante raso, o que costuma intensificar a sensação de tremor na superfície, mas também facilita a dissipação rápida da energia.

Alertas de tsunami e respostas institucionais

O Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico emitiu um curto aviso para a costa chilena assim que o sismo foi registrado, mas retirou o alerta poucos minutos depois, ao confirmar que o deslocamento vertical da placa não era suficiente para gerar ondas oceânicas significativas. Por outro lado, o Serviço Hidrográfico e Oceanográfico da Marinha do Chile divulgou um alerta específico para seu território antártico, citando a proximidade da Base Frei, instalada a 258 km a noroeste do epicentro. A base, operada pela Marinha chilena, tem papel crucial na pesquisa climática e logística para expedições ao continente gelado.

Impactos potenciais e avaliação de risco

Felizmente, nenhum dano material foi registrado nas áreas habitadas. A distância de mais de 700 km da costa mais próxima – Ushuaia – impediu que as vibrações fossem sentidas como tremor forte. Contudo, navios que cruzam a Passagem de Drake relataram ondas moderadas e leve inclinação, o que reforça a necessidade de monitoramento contínuo para embarcações comerciais. Especialistas da Universidade de Santiago de Chile destacam que a combinação de alta magnitude e profundidade rasa aumenta a probabilidade de deslizamentos submarinos, um fenômeno ainda pouco estudado na região antártica.

Contexto histórico de sismos na região

Contexto histórico de sismos na região

Embora a Passagem de Drake não seja tão ativa quanto o Cinturão de Fogo do Pacífico, registros mostram que grandes terremotos ocorrem a cada algumas décadas. O último evento de magnitude superior a 7,0 foi registrado em 1960, gerando um tsunami que afetou a costa chilena. Desde então, pequenas rupturas foram monitoradas, mas nenhuma chegou perto da energia liberada em 2025. A rotina de monitoramento inclui uma rede de boias sísmicas instalada pela organização internacional ION, que fornece dados em tempo real para alertas precoces.

Perspectivas futuras e recomendações

Os cientistas pedem investimentos em sensores sismológicos adicionais na zona antártica, já que a cobertura ainda é esparsa. Para os navegadores, a recomendação é manter rotas flexíveis e conferir boletins diários emitidos pelo Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico. Enquanto isso, autoridades chilenas reforçarão protocolos de evacuação nas bases de pesquisa, garantindo que equipes de campo estejam prontas para agir caso um novo tremor provoque instabilidade no gelo ou modificações nas correntes marítimas.

Perguntas Frequentes

Qual foi a magnitude exata do terremoto na Passagem de Drake?

O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) ajustou a magnitude para 7,5 depois de revisar os dados iniciais, que apontavam 8,0. Essa avaliação leva em conta a energia total liberada e a profundidade do hipocentro.

Houve risco de tsunami para as populações costeiras do Chile?

O Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico emitiu um alerta breve, mas o risco acabou sendo descartado minutos depois, já que o deslocamento vertical da falha foi insuficiente para gerar ondas significativas. Contudo, a Marinha do Chile manteve um alerta para sua base antártica, por precaução.

Quais cidades foram as mais próximas ao epicentro?

A cidade mais próxima é Ushuaia, na Argentina, a cerca de 700 km do epicentro. Nenhuma capital sul‑americana ficou suficientemente próxima para sentir o tremor como forte, o que limitou os impactos humanos.

Como o evento se compara a outros terremotos na região?

É o maior registrado na Passagem de Drake desde 1960, quando um sismo similar gerou um tsunami que alcançou a costa chilena. Desde então, a zona apresentava apenas tremores menores, tornando este evento um ponto de referência para estudos sísmicos antárticos.

Quais medidas estão sendo tomadas para melhorar a detecção de futuros sismos?

Especialistas recomendam a instalação de mais boias sísmicas e sensores submarinos na região, além de ampliar a rede de comunicação entre o USGS, o Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico e a Marinha do Chile. Esses investimentos visam reduzir o tempo de resposta e garantir alertas mais precisos.