Na noite de 7 de novembro, quando os relógios marcarem 23h no horário de Brasília, o Brasil vai parar — ou pelo menos, vai ficar acordado. É o Teleton 2025, a maratona de 27 horas que, desde 1998, transforma a TV brasileira em um grande altar de solidariedade. Este ano, a edição comemora os 75 anos da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), fundada em 1950, e volta ao formato clássico: sem interrupções, sem desvios, só emoção pura. O evento será transmitido ao vivo pelo Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), com produção de Marcelo Kestenbaum, e contará com uma das maiores estrelas da TV brasileira: Luciana Gimenez, Ronnie Von, Sonia Abrão, Léo Dias, Ivete Sangalo, Gil do Vigor e Serginho Groisman. A promessa? Quebrar recordes. E não só de doações.
Um legado de 75 anos que ainda salva vidas
A AACD não é só uma instituição. É um abrigo, um centro de reabilitação, um lugar onde crianças com deficiência física aprendem a andar, a correr, a viver. Desde 1950, ela mantém hospitais em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e outras cidades, oferecendo fisioterapia, ortopedia e apoio psicológico — tudo gratuito. E quem paga por isso? Quase tudo vem do Teleton. O evento nasceu como uma ideia do fundador do SBT, Silvio Santos, e desde então se tornou o mais longo programa beneficente da TV brasileira. A edição de número 12, que arrecadou R$ 18.955.000,00, foi um marco. Agora, em 2025, o objetivo é superar isso — mesmo sem divulgar uma meta oficial. "É o que a sociedade quiser dar", disse um executivo do SBT, em entrevista interna. "Não vamos pedir um número. Vamos pedir um coração.""Um time de estrelas que não desiste da causa
A lista de participantes em 2025 é quase um retrato da TV brasileira. Luciana Gimenez, que já foi apresentadora da edição de 2012, volta com a mesma energia de sempre. Ronnie Von, aos 80 anos, ainda canta e faz piadas que fazem o público chorar — e doar. Sonia Abrão promete entrevistas emocionantes com famílias atendidas pela AACD. E Léo Dias, que já foi crítico da TV tradicional, agora se coloca como porta-voz das novas gerações: "Essa causa não é de ontem. É de hoje, e de amanhã. Não podemos fingir que não vemos. A surpresa? Ivete Sangalo. A cantora, que raramente participa de programas de TV, vai cantar ao vivo, sem pré-gravação. "Ela disse que é o único momento em que a música pode ser mais importante que o show", contou um produtor. Já Gil do Vigor, o economista que virou fenômeno no BBB, promete um desafio: "Vou ficar 24 horas seguidas respondendo perguntas de doadores. Se alguém me mandar um real, eu respondo. Se mandar 100, eu canto o hit do momento." E Serginho Groisman, que já apresentou o Teleton na década de 2000, volta como narrador das histórias mais tocantes.
O digital que não deixa ninguém de fora
A novidade deste ano é o live +Teleton, um canal exclusivo no YouTube do SBT, com conteúdo 24 horas por dia. Lá, o público vê o que não passa na TV: os bastidores, os técnicos com lágrimas nos olhos, os voluntários que carregam cadeiras de rodas, as crianças que aprendem a dar os primeiros passos. "É o Teleton sem filtros", diz a diretora de conteúdo do SBT. E não é só isso: o canal terá interação ao vivo. Qualquer um pode mandar mensagem, pedir uma música, ou até pedir para alguém falar com a mãe de uma criança que está sendo tratada. "Já tivemos casos de pessoas que doaram R$ 500 só porque viram um vídeo de um menino dizendo 'mãe, eu quero andar'", conta uma coordenadora da AACD.Por que isso importa — e por que nunca pode parar
O Teleton não é só um programa. É um ritual. E ele sobreviveu a mudanças na TV, à era dos influenciadores, ao fim dos grandes programas ao vivo. Porque ele toca algo que nenhum algoritmo consegue replicar: a empatia coletiva. Em 2025, a AACD atende mais de 120 mil crianças por ano. Muitas delas não teriam acesso a fisioterapia se não fosse por esse evento. E mesmo com o avanço da saúde pública, as filas nos hospitais públicos são longas — e os equipamentos, antigos. O dinheiro do Teleton compra próteses, cadeiras motorizadas, aparelhos de estimulação neurológica. Coisas que o SUS não consegue fornecer em tempo hábil.
Como ajudar? E o que vem depois?
As doações começam às 23h de 7 de novembro e continuam até o fim da manhã de 8 de novembro. Os canais são os mesmos de sempre: ligação gratuita 0800, app do SBT, cartão de crédito e PIX. Mas há uma mudança: pela primeira vez, qualquer pessoa pode criar uma campanha de arrecadação no site da AACD e compartilhar no Instagram ou WhatsApp. "Se você é professor, e sua turma quer ajudar, você pode criar uma meta de R$ 500 e mandar para a gente. Não precisa ser um milionário", explica a diretora da AACD.Depois do evento, a instituição publicará um relatório detalhado com onde cada real foi aplicado. E em 2026? O Teleton não vai parar. Pelo contrário. A ideia é expandir para outras cidades, com eventos locais em parceria com escolas e universidades. "O futuro não é só na TV. É nas ruas, nas salas de aula, nos corações.
Frequently Asked Questions
Onde e como posso doar para o Teleton 2025?
As doações podem ser feitas pelo telefone gratuito 0800, pelo aplicativo oficial do SBT, por cartão de crédito ou PIX, diretamente no site da AACD. O período de arrecadação começa às 23h do dia 7 de novembro e vai até a manhã de 8 de novembro. Também é possível criar campanhas individuais no site da instituição e compartilhar nas redes sociais — tudo vinculado à campanha oficial.
Quem é a AACD e o que ela faz?
A Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), fundada em 1950, é uma entidade sem fins lucrativos com sede em São Paulo que oferece tratamento médico e reabilitação gratuita a crianças com deficiência física. Opera hospitais em seis estados brasileiros, com programas de fisioterapia, ortopedia e terapia ocupacional. Atende mais de 120 mil crianças por ano, e boa parte do seu orçamento vem das edições anuais do Teleton.
Por que o Teleton 2025 está voltando ao formato clássico?
Após algumas edições com interrupções e formatos mais fragmentados, a direção do SBT decidiu retomar a transmissão contínua de 27 horas, sem pausas para novelas ou programas de entretenimento — como era nos anos 2000. A ideia é reforçar a imersão emocional e aumentar o engajamento do público. O histórico mostra que os maiores recordes de doação ocorreram quando o programa era ininterrupto.
O que é o live +Teleton e como ele funciona?
O live +Teleton é um canal exclusivo no YouTube do SBT, que transmite conteúdo paralelo durante a maratona: bastidores, entrevistas com famílias, desafios dos apresentadores e interações ao vivo com o público. É uma forma de engajar quem não consegue assistir à TV ou quer ver mais detalhes. O canal também permite que espectadores enviem mensagens, pedidos de música e histórias pessoais, que são lidas ao vivo durante a transmissão principal.
Quais foram os maiores recordes de doação do Teleton?
A maior arrecadação até agora foi na 12ª edição, que arrecadou R$ 18.955.000,00 — um recorde que durou anos. O valor foi usado para construir novas alas nos hospitais da AACD, comprar aparelhos de estimulação neurológica e contratar mais fisioterapeutas. Embora a meta de 2025 ainda não tenha sido divulgada, especialistas acreditam que, com o retorno ao formato clássico e o engajamento das novas gerações, o evento pode superar esse número.
O Teleton ainda é relevante na era das redes sociais?
Sim — e talvez mais do que nunca. Enquanto campanhas digitais se esgotam em semanas, o Teleton cria um momento coletivo de empatia. As redes sociais ajudam a divulgar, mas é a TV que une. A prova? Mais de 80% das doações em edições anteriores vieram de pessoas com mais de 40 anos — mas o live +Teleton atraiu 40% de jovens entre 18 e 29 anos. O evento é um ponto de encontro entre gerações, e isso não tem algoritmo que substitua.