O Palmeiras e o Cruzeiro terminaram em 0 a 0 neste domingo, 26 de outubro de 2025, às 20h30, no Allianz Parque, em São Paulo, em um jogo que parecia mais uma final antecipada do que uma simples rodada do Campeonato Brasileiro. O empate, apesar de decepcionante para os torcedores que esperavam um gol, foi suficiente para manter o Alviverde na liderança com 62 pontos — um ponto à frente do Flamengo, que também empatou na mesma rodada. O Cruzeiro, por sua vez, segue com 56 pontos, ainda distante, mas com a sensação de que o título pode não estar tão longe assim. O jogo, transmitido pela Jovem Pan Esportes, foi marcado por intensidade, faltas, e uma série de chances desperdiçadas que deixaram os torcedores em suspenso até o apito final.
Um duelo de líderes, sem gols, mas com muito peso
Na verdade, o que estava em jogo não era só a liderança — era a psicologia da competição. O Palmeiras, comandado pelo técnico português Abel Ferreira, chegava ao confronto após sofrer duas derrotas consecutivas: uma para o Flamengo por 3 a 2 no Brasileirão e outra por 3 a 0 para a LDU na Libertadores. A pressão era enorme. Já o Cruzeiro, sob o comando de Leonardo Jardim, vinha de uma vitória sobre o Fortaleza e sonhava em quebrar um tabu de 11 anos sem vencer o Palmeiras em São Paulo no Campeonato Brasileiro — a última vitória mineira na capital paulista havia sido em 2014. O empate, então, foi um alívio para os paulistas, mas um pesadelo para os mineiros, que saíram do campo com a sensação de que a oportunidade escapou.
Histórico pesado, confrontos tensos
Segundo análise do jornal O TEMPO, Palmeiras e Cruzeiro já se enfrentaram 102 vezes em toda a história, com 37 vitórias do Alviverde, 36 do Cruzeiro e 29 empates. No Brasileirão, os números são ainda mais equilibrados: 69 jogos, 25 vitórias dos mineiros, 24 dos paulistas e 20 empates. A diferença nos gols é mínima — 91 a 89. Mas o que mais chama atenção é o padrão: quando o jogo é em São Paulo, o Palmeiras quase sempre leva vantagem. E foi exatamente isso que aconteceu novamente. Apesar de dominar a posse de bola por mais de 60% do tempo, o Palmeiras não conseguiu superar a defesa organizada do Cruzeiro, que se recusou a abrir espaço. O goleiro Victor, do Cruzeiro, fez duas defesas de alto nível, incluindo uma em chute de Guilherme Arana aos 42 do segundo tempo, que parecia certa entrada na rede.
O VAR e o silêncio que não foi silêncio
A CBF divulgou no mesmo dia do jogo, por meio de seu site oficial, que o VAR analisou sete lances críticos — nenhum resultou em mudança. Um lance de pênalti negado no primeiro tempo, quando Guilherme Arana caiu na área após contato com João Pedro, gerou protestos da torcida. O árbitro, Anderson Daronco, entendeu que não houve falta. O mesmo ocorreu com uma possível mão de Matheus Cunha na área aos 38 minutos. O silêncio do VAR, na verdade, foi um grito: o jogo foi justo, mas injusto para quem queria um gol.
Os números que não mentem
- Palmeiras: 62 pontos em 30 jogos (19 vitórias, 5 empates, 6 derrotas)
- Flamengo: 61 pontos em 30 jogos (18 vitórias, 7 empates, 5 derrotas)
- Cruzeiro: 56 pontos em 30 jogos (16 vitórias, 8 empates, 6 derrotas)
- Último confronto entre as equipes (turno): Cruzeiro 2 a 1 Palmeiras (Mineirão, 15 de maio de 2025)
- Tempo de posse de bola do Palmeiras: 63%
- Chutes ao gol: Palmeiras 15 (5 no alvo) | Cruzeiro 7 (3 no alvo)
Esses números mostram que o Palmeiras é o time mais consistente — mas não o mais eficiente. Já o Cruzeiro, apesar de menos posse, é o mais perigoso em contra-ataques. E foi isso que fez a diferença: o time de Jardim jogou para não perder. E conseguiu.
O que vem aí: o clássico que pode decidir o título
Com o empate, o Palmeiras mantém a vantagem, mas o Flamengo está a apenas um ponto. E o próximo jogo dos dois é direto: Palmeiras x Flamengo, na 31ª rodada, nos dias 5 e 6 de novembro de 2025. Se o Alviverde vencer, a vantagem se torna insuperável. Se o Rubro-Negro vencer, a liderança muda de mãos — e o jogo se torna um jogo de ida e volta, com o segundo confronto em casa do Flamengo. Para o Cruzeiro, o próximo desafio é contra o Juventude, em casa, na 31ª rodada. Uma vitória ali pode manter o sonho vivo — mas só se os outros resultados forem favoráveis.
Por que esse empate importa mais do que parece
Porque o Campeonato Brasileiro não é só sobre pontos. É sobre confiança. O Palmeiras, que vinha sendo questionado após as derrotas na Libertadores e contra o Flamengo, provou que ainda tem alma de campeão. Não precisa vencer por 4 a 0 — basta não perder. O Cruzeiro, por outro lado, mostrou que está maduro, organizado e capaz de enfrentar os grandes em seu próprio território. E o Flamengo? Está de volta. A pressão aumenta. A torcida volta a acreditar. O título ainda está aberto — e o clássico de novembro pode ser o verdadeiro começo da decisão.
Frequently Asked Questions
Por que o empate foi bom para o Palmeiras e ruim para o Cruzeiro?
Para o Palmeiras, o empate manteve a liderança com 62 pontos, mantendo a vantagem de um ponto sobre o Flamengo e preservando a diferença de vitórias (19 contra 18). Para o Cruzeiro, era a chance de quebrar um tabu de 11 anos sem vencer em São Paulo no Brasileirão — e de se aproximar do topo da tabela. O empate, embora não seja ruim, foi uma oportunidade perdida de colocar pressão real sobre os líderes.
Qual é o histórico mais recente entre Palmeiras e Cruzeiro no Brasileirão?
Na última partida válida pelo Campeonato Brasileiro, em maio de 2025, o Cruzeiro venceu por 2 a 1 no Mineirão, com gols de Kaio Jorge e Allan. Nos últimos cinco confrontos no Brasileirão, o Cruzeiro tem duas vitórias, o Palmeiras duas e um empate. O equilíbrio é notável — e isso torna cada jogo entre eles uma batalha psicológica, não apenas técnica.
O que o resultado significa para a disputa pelo título?
O Palmeiras ainda lidera, mas o Flamengo está a um ponto e com jogo em mãos. O Cruzeiro, com 56 pontos, ainda precisa de pelo menos quatro vitórias consecutivas e resultados favoráveis para chegar à liderança. A diferença entre os três primeiros é de apenas seis pontos — o que significa que o título ainda está aberto, e o clássico Palmeiras x Flamengo pode ser o verdadeiro ponto de virada.
O Cruzeiro ainda tem chances reais de ser campeão?
Sim, mas com condições rigorosas. O Cruzeiro precisa vencer todos os seus jogos restantes (sete jogos), enquanto o Palmeiras e o Flamengo perderem pelo menos dois jogos cada. Além disso, precisa que o Flamengo perca pelo menos um confronto direto com o Palmeiras. É possível — mas exigirá perfeição e sorte. Ainda assim, com a organização de Jardim, o time tem mais chances do que em qualquer outra temporada recente.
Por que o Allianz Parque é tão importante nesse contexto?
O Allianz Parque é o santuário do Palmeiras — e um campo hostil para os visitantes. Desde sua inauguração em 2014, o clube tem um aproveitamento de 78% em casa no Brasileirão. O Cruzeiro não vence lá desde 2014, e o empate de 2025 reforça essa dinâmica. O ambiente, a torcida e a pressão fazem a diferença — e isso explica por que o Palmeiras consegue manter a liderança mesmo quando não joga bem.
Quem são os principais jogadores que influenciaram o jogo?
No Palmeiras, Guilherme Arana foi o mais perigoso, com quatro chutes e uma assistência. Endrick teve pouca liberdade, mas criou momentos. No Cruzeiro, Victor, o goleiro, foi o herói com três defesas decisivas. João Pedro, no meio-campo, foi o pivô da organização defensiva, e Kaio Jorge, apesar de não marcar, assustou sempre que avançava. A partida foi um duelo de equipes, não de estrelas.