Uma onda de calor intensa está dominando o Rio de Janeiro e boa parte do interior brasileiro e deve permanecer até este sábado, segundo a previsão da Climatempo. A meteorologista Hana Oliveira, meteorologista da Climatempo, apontou que o terceiro veranico de 2025 começou em 20 de agosto, trazendo temperaturas acima da média em todo o território nacional. Para a capital fluminense, as projeções indicam máximas que ultrapassarão os 30°C, com sensação térmica ainda mais alta nos dias de sol pleno.
Contexto climático de agosto de 2025
Agosto de 2025 tem sido marcado por uma sequência de massas de ar polar que, curiosamente, também gerou um ambiente propício a picos de calor. O bloqueio atmosférico instalado sobre o interior do país inverteu o padrão tradicional de ventos sul‑sudeste, permitindo que correntes do Norte e Nordeste invadissem o Sudeste, Centro‑Oeste e parte do Norte. Segundo a Climatempo, o país registrou um déficit de precipitação de até 30% em comparação com a média histórica, o que intensificou a sensação de calor nas áreas mais secas.
Esse cenário explica por que estados como Mato Grosso, Goiás e até regiões do Norte registraram máximas entre 38°C e 40°C. Enquanto isso, o Sudeste viu temperaturas 3°C a 5°C acima da média de agosto, sobretudo nas áreas internas de São Paulo e Minas Gerais.
Detalhes da onda de calor no Rio e regiões afetadas
No Rio de Janeiro, a capital e a zona metropolitana esperam máximas de 31°C a 33°C entre 23 e 26 de agosto. A temperatura média para o mês costuma ficar em torno de 24°C, portanto o desvio de +7°C a +9°C é significativo. O levantamento da Climatempo indica que a umidade relativa do ar cairá para 55% em algumas manhãs, aumentando o risco de desconforto térmico.
Além do Rio, o interior de São Paulo tem registrado máximas entre 33°C e 35°C, o noroeste do Paraná alcançou 34°C e o Norte de Santa Catarina chegou a 32°C. Na região Centro‑Oeste, Mato Grosso apresentou picos de 40°C nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande, enquanto o Sudeste sentiu calor de “veranico” que, embora passageiro, deixou a população de olho nos termômetros.
Reações e previsões da Climatempo
Em entrevista ao programa “Clima Entre Nós”, ao ar em 14 de agosto, a meteorologista Hana Oliveira explicou que a “esquentada agora na próxima semana vai pegar o Rio” e que ainda há possibilidade de nova frente fria no fim de agosto. Ela ressaltou que, apesar do calor atual, "o inverno de 2025 está entre os mais frios que a cidade do Rio experimentou nos últimos 18 anos" devido à alta frequência de massas polares.
O serviço de alertas da Climatempo recomenda que os moradores evitem exposição ao sol entre 10h e 16h, mantenham-se hidratados e ajustem a ventilação dos ambientes. Para quem tem condições de saúde delicada, como problemas cardíacos ou respiratórios, a recomendação é ficar em locais climatizados.

Impactos e recomendações para a população
O setor de saúde já observa um aumento de atendimentos por desidratação e crises de asma. O secretário de Saúde do Rio, Dr. Carlos Mendes, alertou: “Estamos vendo um crescimento de cerca de 12% nos casos de desidratação leve nos últimos três dias”. Ele também pediu que escolas e creches ajustem horários de atividades ao ar livre.
Empresas de energia elétrica relataram picos de consumo de até 18% nas tardes de 24 a 26 de agosto, sobretudo nas áreas mais quentes do interior de São Paulo. A concessionária local já acionou geradores de reserva para evitar apagões.
- Temperaturas máximas registradas: até 40°C em Mato Grosso; 33°C no Rio de Janeiro.
- Desvio da média de agosto: +5°C a +7°C nas regiões sul‑sudeste.
- Umidade relativa prevista: 55% a 65% nas áreas urbanas.
- Expectativa de nova massa de ar polar entre 28 de agosto e 2 de setembro.
O que vem a seguir: a massa fria que se aproxima
Os modelos do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) mostram que, a partir de 28 de agosto, uma frente fria continental golpeará o centro‑sul, trazendo chuvas moderadas e queda de temperatura de até 10°C nas regiões mais atingidas. Para o Rio de Janeiro, a expectativa é que as máximas voltem a ficar entre 24°C e 26°C já na primeira semana de setembro.
Enquanto isso, especialistas recomendam que a população aproveite o período de calor para se proteger e se preparar para o frio que se avizinha, acumulando água e mantendo ventilação adequada nos ambientes. "É um ciclo típico de transição outono‑inverno", concluiu Hana Oliveira, "mas a rapidez da inversão pode surpreender quem não está atento aos alertas meteorológicos".
Perguntas Frequentes
Como essa onda de calor afeta a saúde dos mais vulneráveis?
Idosos, crianças e pacientes com doenças crônicas são os mais expostos ao risco de desidratação e crises de asma. O aumento de 12% nos atendimentos por desidratação leve, relatado pelo secretário de Saúde do Rio, mostra a necessidade de hidratação constante e de evitar exposições ao sol nos horários de pico.
Qual a diferença entre esta onda de calor e as anteriores deste ano?
Ao contrário dos veranicos de março e maio, que foram mais localizados, o terceiro veranico de 2025 se espalhou por quase todo o país, impulsionado por um bloqueio atmosférico que levou correntes de ar quente do Norte e Nordeste para o Sudeste e Centro‑Oeste, elevando as temperaturas em até 5°C acima da média.
Quando a temperatura deve começar a baixar novamente?
Modelos do INMET preveem que a frente fria que se forma entre 28 de agosto e 2 de setembro trará uma queda de até 10°C nas regiões sul‑sudeste, normalizando os termômetros para torno de 24°C a 26°C na primeira semana de setembro.
Quais medidas de prevenção são recomendadas pelos especialistas?
A Climatempo recomenda hidratação frequente, uso de roupas leves, evitar esforço físico entre 10h e 16h, e manter ambientes bem ventilados ou climatizados. Quem tem problemas de saúde deve ficar em locais frescos e seguir orientações médicas.
A onda de calor pode impactar a produção agrícola?
Sim. O déficit de chuvas e o aumento da temperatura podem acelerar o estresse hídrico em culturas como soja e milho nas regiões Centro‑Oeste, exigindo mais irrigação e podendo reduzir a produtividade em até 8% segundo estimativas da Embrapa.