Autoridades sul-coreanas responsabilizam erro dos pilotos por acidente mortal com Boeing 737-800 da Jeju Air

Autoridades sul-coreanas responsabilizam erro dos pilotos por acidente mortal com Boeing 737-800 da Jeju Air

Erro no cockpit à frente do maior desastre aéreo da Coreia do Sul em décadas

O que era para ser mais uma aproximação comum ao Aeroporto Internacional de Muan virou tragédia na tarde de 29 de dezembro de 2025. Um Boeing 737-800 da Jeju Air, com 181 pessoas a bordo, enfrentou bird strikes — colisão de aves com os motores, evento complicado, mas geralmente contornável. Só que desta vez, tudo saiu do controle de forma drástica e rara.

Entre as cenas dramáticas: o avião raspou a fuselagem na pista e explodiu após atravessar o limite do aeroporto e bater em uma estrutura de concreto. O saldo foi devastador: 179 mortos, tornando o episódio o desastre aéreo mais letal que a Coreia do Sul já viu em décadas, um impacto profundo para o país inteiro e, especialmente, para as famílias que esperam por respostas claras.

Pilotos desligaram motor menos danificado e causaram pane total

Pilotos desligaram motor menos danificado e causaram pane total

As primeiras investigações divulgadas pelos órgãos de aviação da Coreia do Sul trouxeram um foco controverso: o comportamento dos pilotos. Segundo análises preliminares, os profissionais no comando erraram ao decidir qual motor deveria ser desligado após os bird strikes. Eles optaram pelo motor esquerdo, que havia sofrido menos danos, deixando o motor direito — muito mais afetado pelas colisões — em funcionamento. Pouco depois, a aeronave perdeu potência e acabou realizando um pouso forçado de barriga, desencadeando a série de eventos fatais.

Para complicar ainda mais, o gravador de dados do avião parou de registrar informações cruciais quatro minutos antes do impacto, dificultando o trabalho dos especialistas. Apesar do laudo inicial afirmar que não foram encontradas falhas mecânicas importantes nos motores, a falta desses dados alimenta especulações sobre problemas técnicos não identificados ou falhas em procedimentos.

A palavra das autoridades é clara: não houve defeito nos motores segundo a análise inicial, e o erro dos pilotos está no centro das atenções. O argumento dos especialistas é que os protocolos recomendam a verificação criteriosa, já que desligar o motor errado pode ser fatal — como demonstrado de forma trágica neste acidente. Só que familiares das vítimas se recusam a aceitar o veredito precoce. Eles protestaram publicamente, alegando que seria precipitado responsabilizar quem estava no cockpit sem antes descartar completamente falhas técnicas e eventuais brechas em treinamentos ou procedimentos internos da companhia.

Enquanto a repercussão segue intensa, novos rounds da investigação prometem escrutínio ainda maior sobre decisões tomadas na cabine, além de avaliar se os protocolos de emergência da Jeju Air e da aviação sul-coreana estão realmente à altura de situações-limite como essa. Resta, para as famílias e para todos os envolvidos, um misto de ansiedade por justiça e um desejo profundo de que as falhas — humanas ou sistêmicas — não se repitam.