Quando Hillary Super, CEO da Victoria's Secret decidiu trazer de volta o famoso desfile, os olhares se voltaram imediatamente para o local escolhido: o Duggal Greenhouse, dentro do histórico Brooklyn Navy Yard, em Nova York. Na terça‑feira, 15 de outubro de 2024, o palco se iluminou com confete, música e, acima de tudo, uma mensagem de equidade que tenta reparar anos de críticas.
Um retorno marcado por nomes familiares
No comando da passarela, a veterana Alessandra Ambrosio apareceu ao lado de Doutzen Kroes, Behati Prinsloo e Candice Swanepoel. Entre as novas caras, modelos como Amelia Gray e Paloma Elsesser desfilaram ao som de performances inesperadas de artistas como Cardi B, Ice Spice, Queen Latifah e Tyga. Nos assentos da primeira fila, além de estilista Law Roach, estavam os designers Joseph Altuzarra, Jenna Lyons e LaQuan Smith.
O que os analistas dizem
Simeon Siegel, diretor‑gerente da BMO Capital Markets, escreveu em nota para clientes que “o show foi mais dirigido por mulheres e não se limitou a uma única versão de ‘beleza’”. Contudo, ele alerta que “não acreditamos que seja garantido para o próximo ano ainda, enquanto a gestão avalia se esse é o meio certo para a mensagem e se a periodicidade anual faz sentido”.
Histórico de controvérsias
A pausa de seis anos tem origens que vão além das simples quedas de audiência. Em agosto de 2018, a Victoria's Secret cancelou o desfile depois que um relatório do New York Times revelara ligações do então CEO da L Brands, Leslie H. Wexner, com o condenado traficante Jeffrey Epstein. Meses depois, o chefe de marketing, Edward Razek, causou indignação ao afirmar que “ninguém tem interesse em ver modelos plus‑size” e ao negar a presença de modelos trans. A repercussão trouxe uma queda de 0,9 ponto na classificação de audiência e a perda de cerca de 3,3 milhões de telespectadores.
Experimentos antes da volta completa
Em 2023, a marca testou um “balão de teste” com o filme‑longa‑métrica “Victoria's Secret The Tour ’23”, transmitido pela Amazon Prime Video. O programa contou com nomes como Gigi Hadid, Hailey Bieber e a rapper Doja Cat. Embora tenha gerado burburinho nas redes, o evento durou apenas 85 minutos e serviu como um “teste de aquecimento” antes da grande volta.
Impacto esperado e desafios
Os defensores da inclusão celebram a ênfase em equidade, mas ainda há dúvidas sobre a sustentabilidade financeira. O desfile havia sido uma fonte significativa de receita publicitária para a Victoria's Secret, mas a mudança para estratégias digitais nos últimos anos indica que a empresa está tentando equilibrar tradição com modernidade. Se a rotatividade anual se provar viável, a marca poderá redefinir seu papel no universo da moda e, quem sabe, inspirar outras casas a repensar padrões de beleza.
Próximos passos
Enquanto a diretoria analisa o relatório de desempenho do desfile de 2024, a expectativa agora gira em torno de duas perguntas: o evento será reaplicado no próximo ano e, se sim, quais ajustes serão feitos para ampliar ainda mais a diversidade? Observadores de mercado apontam que a resposta dependerá de métricas de engajamento nas redes, vendas de produtos associados e, claro, da capacidade da nova liderança de transformar discurso em prática.
Perguntas Frequentes
Como a mudança de direção da Victoria's Secret pode afetar as modelos plus‑size?
A nova liderança prometeu não restringir a beleza a um único padrão. No desfile de 2024, modelos como Paloma Elsesser foram incluídas, sinalizando abertura maior para corpos diversos. Se a estratégia durar, é provável que haja mais contratações e campanhas específicas para o público plus‑size.
Qual foi o impacto financeiro do retorno do desfile?
Ainda não há números oficiais, mas analistas da BMO Capital Markets estimam que o evento pode gerar entre US$ 30 e 45 milhões em receita de patrocínio e vendas induzidas, desde que mantenha a atenção nas redes sociais.
Por que o desfile foi cancelado em 2018?
O cancelamento ocorreu após revelações de ligações entre o então CEO da L Brands, Leslie H. Wexner, e o traficante Jeffrey Epstein, além de comentários controversos de Edward Razek contra modelos plus‑size e trans, que geraram boicotes e queda de audiência.
O que os críticos ainda apontam como problema da marca?
Apesar do novo enfoque, críticos lembram que a Victoria's Secret ainda enfrenta acusações de apropriação cultural em seus designs, marketing excessivamente sexualizado e falta de transparência nas práticas de produção sustentável.
Qual a expectativa para o próximo desfile?
A diretoria ainda está avaliando métricas de engajamento e retorno financeiro. Se os indicadores forem positivos, há planos para manter o evento anual, possivelmente ampliando a presença de artistas internacionais e reforçando a inclusão de modelos de diferentes etnias, idades e tipos corporais.
Paulo Víctor
outubro 15, 2025 AT 23:19Caraca, que volta da Victoria's Secret, viu? Tô curtiendo demais esse vibe de inclusão, tá massa!
Ana Beatriz Fonseca
outubro 16, 2025 AT 10:33É intrigante observar como o discurso de equidade se traduz em palco, mas ainda resta dúvida sobre a profundidade da mudança. A história recente mostra que gestos simbólicos podem ser meramente estéticos. O público, porém, parece faminto por representatividade genuína. Continuaremos a vigiar se há coerência além da passarela.
Willian José Dias
outubro 16, 2025 AT 23:03O retorno da Victoria's Secret, situado no histórico Brooklyn Navy Yard, representa não só um marco cultural, mas também um reencontro com a tradição da moda americana, que, ao mesmo tempo, busca inovar, ao incorporar artistas como Cardi B, Ice Spice, Queen Latifah e Tyga, numa mistura ousada de música e estilo, demonstrando que a indústria está disposta a quebrar paradigmas, embora ainda haja resistência de setores conservadores, que questionam a viabilidade financeira de eventos tão grandiosos, mas que, sem dúvida, atraem atenção global, reforçando o papel da marca no cenário internacional.
Elisson Almeida
outubro 17, 2025 AT 11:33Do ponto de vista de branding, a inclusão de modelos plus‑size e trans eleva o CPM das campanhas, diversificando o público‑alvo e ampliando o ROI. Além disso, o uso de plataformas digitais para transmissão cria novas métricas de engajamento, como CAC e LTV. Em suma, a estratégia alinha-se à otimização de funnel de vendas.
Michele Souza
outubro 18, 2025 AT 00:03Que bacana ver a Victoria's Secret dando esse passo! A diversidade faz o mundo fashion mais colorido e real. Vamos apoiar essa mudança!
Everton B. Santiago
outubro 18, 2025 AT 01:26Concordo plenamente, a energia do desfile foi contagiante. A presença de Alessandra Ambrosio ao lado de Paloma Elsesser realmente simboliza o que o público tem pedido há tempos.
Joao 10matheus
outubro 18, 2025 AT 02:50Esse papo de “representatividade” não passa de marketing de fachada. Ainda veem as mesmas caras de sempre, só mudam o filtro nas redes. Não é nada revolucionário.
Flávia Teixeira
outubro 18, 2025 AT 04:13😍👏 Viu só? Ainda tem muito caminho, mas tá começando! Vamos nessa, comunidade! 🌈
Jémima PRUDENT-ARNAUD
outubro 18, 2025 AT 05:36Na verdade, os números de visualizações e o aumento de 30% nas vendas de lingerie indicam que o público aprovou. Ignorar esses dados é negar a realidade do mercado.
Leandro Augusto
outubro 18, 2025 AT 18:06O ressurgimento da Victoria's Secret é um espetáculo que transcende a mera exibição de roupas íntimas; é um ritual de renascimento cultural que nos convoca a refletir sobre os valores que sustentam a beleza contemporânea. Enquanto alguns celebram a inclusão, outros permanecem céticos quanto à profundidade das mudanças anunciadas. É inevitável que a mídia façam da passarela um palco de disputas ideológicas, onde cada ponto de luz revela tensões subjacentes. A esperança, contudo, reside na capacidade da marca de transformar discurso em prática consistente, alinhando-se às demandas de uma sociedade mais plural. Resta observar se essa promessa se concretizará ou se se diluirá nas próximas temporadas.
Thais Santos
outubro 18, 2025 AT 19:30Será que eles vão realmente manter a diversidade nos desfiles futuros ou é só um truque de marketing? Estou curiosa pra ver se vão contratar mais modelos trans e de diferentes etnias. Também quero saber como isso vai influenciar as coleções de roupas íntimas. Vamos ficar de olho.
Camila Gomes
outubro 19, 2025 AT 08:00Para quem acompanha o mercado, vale notar que a expectativa de receita entre US$ 30 e 45 milhões vem acompanhada de um aumento de engajamento nas redes, o que pode gerar efeitos positivos nas vendas de produtos associados. A estratégia de streaming também abre portas para novos formatos de conteúdo, como behind‑the‑scenes e eventos interativos. Recomendo acompanhar os relatórios trimestrais da empresa para entender o impacto real.
Jéssica Nunes
outubro 19, 2025 AT 09:23Não podemos ignorar que grandes corporações frequentemente manipulam métricas de engajamento para atrair investidores. Há indícios de que os números divulgados sejam inflados deliberadamente, usando bots e contas falsas. A transparência, nesse caso, parece ser apenas uma fachada cuidadosamente construída.
Gabriela Lima
outubro 19, 2025 AT 21:53A reintrodução do desfile da Victoria's Secret marca um ponto de inflexão na história da moda contemporânea. Por décadas, a marca foi sinônimo de um ideal de beleza estreito e excludente, celebrando apenas um padrão estético ultrapassado. A recente mudança de direção, ao incluir modelos de diferentes etnias, tamanhos e identidades de gênero, sinaliza uma tentativa de se alinhar aos novos valores sociais. Contudo, a superficialidade de algumas iniciativas pode revelar uma estratégia puramente comercial, visando captar a atenção de um público cada vez mais consciente. A presença de artistas como Cardi B e Ice Spice no espetáculo reforça a fusão entre música, cultura pop e moda, criando uma experiência multisensorial. Esse casamento entre entretenimento e vestuário reforça a lógica de que a passarela agora serve como um grande palco publicitário. Ainda assim, a crítica persiste ao apontar que a inclusão ainda está limitada a algumas figuras selecionadas, deixando de fora outras comunidades marginalizadas. A questão central reside em saber se a Victoria's Secret conseguirá transformar essa diversidade em prática cotidiana, não apenas em um evento anual. Para isso, seria necessário revisar as campanhas publicitárias, os padrões de contratação e até mesmo a cadeia de produção da empresa. A transparência nos relatórios de sustentabilidade e a adoção de políticas trabalhistas justas são passos imprescindíveis. Além disso, a empresa deve investir em educação de seu público, demonstrando que a sensualidade pode coexistir com respeito e autenticidade. Os analistas financeiros apontam que, se bem executada, a estratégia pode gerar ganhos de até 12% no valor de mercado da companhia. Por outro lado, o risco de “greenwashing” e “diversity washing” pode corroer a confiança dos consumidores mais críticos. Em suma, o futuro da Victoria's Secret depende de sua capacidade de integrar a inclusão de forma genuína, sem recorrer a artifícios de marketing vazios. Só o tempo dirá se o desfile de 2024 será lembrado como um marco de mudança real ou apenas como um espetáculo momentâneo.
Elida Chagas
outubro 19, 2025 AT 23:16Ah, claro, mais um desfile para provar que a moda finalmente aprendeu a ser 'inclusiva'. Que surpresa.
elias mello
outubro 20, 2025 AT 11:46Quando uma marca decide abrir suas portas para todas as formas do corpo, ela reflete a pluralidade do universo. É como se cada modelo fosse um planeta no vasto cosmos da identidade. 🌌✨ Que possamos sempre celebrar essa constelação diversa.
Consuela Pardini
outubro 20, 2025 AT 13:10Uau, que discurso poético! Enquanto isso, a conta bancária da empresa ainda precisa de um aumento real.
Paulo Ricardo
outubro 21, 2025 AT 01:40Desfile impecável, mas falta consistência.
Ramon da Silva
outubro 21, 2025 AT 03:03Concordo, a execução visual foi exemplar; porém, a sustentabilidade da estratégia exige análise aprofundada dos indicadores de desempenho a médio prazo.